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Jane Austen Portugal

O Blogue de Portugal dedicado à Escritora

Clube de Leitura Bertrand - Jane Austen: alterações e próxima sessão

 

A próxima sessão do Clube de Leitura da Bertrand dedicado a Jane Austen , em Lisboa, vai decorrer no próximo dia 11, a partir das 15h30, na livraria Bertrand do Saldanha.

 

Desta vez, a obra a discutir não será de Jane Austen, mas de Charlotte Brontë. Falamos de "Jane Eyre".

 

A este propósito, informamos que o Clube deixará de ser dedicado apenas a esta autora, para passar a abranger outros clássicos, bem como outros livros baseados na obra e na personalidade de Jane Austen. Neste sentido, convidamos os participantes do Clube a apresentar sugestões sobre o livro a ler no mês seguintes. Se têm livros que gostariam de abordar, sugiram.

 

Assim, inscritos e colegas do Clube e do blogue, contamos convosco. Aos que ainda não participaram, podem inscrever-se através da página da Bertrand e aparecer. Tal como nas sessões anteriores, teremos uma conversa leve e bem disposta sobre a obra.

 

Até lá! Boas Leituras!

Jane Eyre 2011

 

 

JE 2011

 

 

( isto é capaz de ter alguns spoilers, por isso se não gostarem disso, por favor não leiam :) )

 

Posso-vos dizer que já vi a minha quota de adaptações deste livro, comecei pela versão de 1944, ainda a preto e branco, num dia que a mesma passou na RTP Memória. Ainda não tinham passado quinze minutos e já estava a torcer para que a Jane se livrasse daquela tia malvada o que acontece a seguir quando ela parte para Lowood. Orson Welles, que fazia de Rochester conseguia ser aquilo que o livro descrevia. Seguiu-se a leitura do livro, a série de 2006, a minha preferida, e ainda a versão de 1983 ( série da BBC), o filme de 1996, do qual a Clara falou hoje e a minha opinião é igual à dela e como não podia deixar de ser vi ainda uma outra onde o Ciarian Hinds fazia de Rochester.

à parte disso ouvi um musical feito em Los Angels que mais tarde chegou à Broadway, com muita pena minha só se consegue arranjar o audio, sem qualquer imagem.

Como podem ver, a minha lista é longa, embora esteja longe de estar completa e já podem perceber que eu adoro a Jane Eyre. Contudo, quando ouvi falar desta adaptação para aí em 2008, não puder deixar de pensar que haviam outros livros de outros autores que mereciam também ser dados a conhecer ao público. Pessoalmente, vejo as adaptações como uma forma de chegar a um público mais vasto e assim dar a conhecer livros que de outra forma possivelmente não conheceríamos.

Em 2008, a versão de 2006 estava ainda muito fresca na minha memória e eu achei desnecessário que outra viesse tomar-lhe o lugar. Mas o tempo passou e já estamos em 2011, o ano de estreia.

O elenco foi sendo conhecido e eu só torcia o nariz, eu tinha gostado da Mia no Alice no País das Maravilhas, mas não gostara nada do Michael Fassbender em Aquário, fiquei a pensar que realmente o filme não seria grande coisa, dos outros atores, pouco ou nada conhecia, por isso não tinha certeza que aquilo ia correr bem, apenas Judi Dench, que faz de Mrs. Fairfaz era uma velha conhecida, mas o papel é quase insignificante e um bom actor raramente consegue sozinho fazer um bom filme. Veio o trailer, alguns clipes e o meu julgamento foi severo, muito severo. Fassbender parecia-se demasiado com o Toby Stephens, o look dos cenários também e até a cena a seguir ao fogo me parecia demasiado igual.

Mesmo com muitas reservas decide ir ver o filme.

Para mim fazia sentido fazê-lo hoje, porque neste dia nasceu a Charlotte Brontë que escreveu o livro, fazia sentido ver se a sua obra tinha sido honrada neste dia especial.

Como podem ver eu tinha poucas expectativas de gostar disto... Mas, acho que tenho que aprender a não julgar tão rapidamente ou pelo menos a dar mais vezes o beneficio da dúvida, porque a verdade é que gostei muito do filme, muito mais do que estava à espera.

Infelizmente quando entrei o filme já tinha começado embora fosse estivesse muito no inicio, vemos a Jane a andar perdida pelos Moors e não deixamos de sentir pena dela, ela chega então à casa da família Rivers e aos poucos vai-se lembrando do seu passado.

Não dei pelo tempo passar e não me senti minimamente aborrecida. Senti todas as emoções que devia de sentir, alegria, tristeza, até fiz fisgas para que a mulher de Rochester não estivesse no sotão e isso foi importante porque o que mais peço de uma adaptação, mas até do que fidelidade à obra, é fidelidade aos sentimentos que ela nos dá.

Mia e Fassbender estão longe de serem tão bons como a Ruth Wilson e Toby Stephens, mas ambos conseguem dar vida aos seus personagens, dar-lhes emoções, o Fassbender mais do que ela até. A química embora ténue está lá. Judi Dench bem pode esperar a nomeação para o Oscar, embora a Mrs Fairfaix seja um papel pequeno, pareceu-me alargado especialmente para ela e com cenas muito boas, em que o olhar dela disse tudo. De resto, os cenários ( temos tal como na versão de 2006 Haddon Hall como Thorfield), o guarda-roupa, a banda sonora a cargo de Dario Marianelli nosso conhecido por Orgulho e Preconceito 2005, são elementos que mais que embelezar ou decorar dão vida à obra.

Não será a versão perfeita, mas alguma vez alguém a conseguira fazer? Mas é certamente a versão que nos fará gostar ainda mais de Jane Eyre e de Charlotte Brontë, embora não seja a versão ideal para se conhecer a obra já que muitos elementos e alguns importantes a meu ver foram cortados, daí quem já tenha lido o livro perceba melhor o argumento.

Como é possível que tantos anos depois, ainda se possa sair do cinema com o coração cheio de felicidade porque eles ficaram juntos? Ou ter vertido umas lagrimazitas de tristeza e alegria em certos momentos? Não sei, mas sei que essa é a magia de Jane Eyre, cuja a estória continuará a encantar gerações. Obrigada Charlottë por teres escrito este livro, significa muito para mim.

 

Jane Eyre de Charlotte Bronte

 

Já há muito tempo que queria ler este livro. A grande rivalidade que parece haver entre Bronte e Austen animavam ainda mais o meu espírito e incitavam-me a agarrar nesta obra. É sem surpresa que digo que gostei bastante.

 

"Jane Eyre" é a autobiografia ficcional dessa personagem. Começa por nos apresentar a sua triste vida em criança em casa de Mrs. Reed, sua tia, que lhe tem uma aversão hedionda e que acaba por a mandar para um Colégio interno de caridade - Lowood, onde a vida de Jane Eyre não melhora, pelo menos nos primeiros tempos, depois conhece Helen Burns (a sua única amiga até conhecer Mr. Rochester) que tem um fim triste. Embora não tenha sido um tempo particularmente feliz, em Lowood Jane estuda durante seis anos e acaba por lá ficar a ensinar durante dois anos.

 

Aos 18 anos faz um anúncio num jornal a procurar um lugar como perceptora. Mrs. Fairfax responde e Jane parte para Thornfield Hall, onde vai ser feliz. Aí conhece o sarcástico Mr. Rochester que brinca fortemente com os sentimentos de Jane Eyre, cego de paixão. Mas Thornfield Hall esconde um segredo muito bem guardado que por vezes se solta e vagueia durante a noite. Confesso que sentimos alguns arrepios nessas partes. A paixão entre Jane Eyre e Mr. Rochester acaba por se desenvolver e chegam mesmo a (quase) casar-se - mas há um impedimento. Esse impedimento levará Jane a fugir. Encontrando em Morton uma família que a recolhe e para quem irá tornar-se uma "irmã". Aí ganha a sua independência e nova proposta de casamento. No entanto, antes de aceitar, decide procurar novamente Mr. Rochester e as notícias que recebe ao chegar a Thornfield Hall em ruínas, não são nada boas. Este Mr. Rochester longe de ser aquele que conhecemos nos primeiros capítulos, mantém o seu sarcasmo e ironia e o grande amor por Jane Eyre.


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